domingo, 14 de março de 2010

Front

Nada de novo. Novamente.

Esperando o dia de voltar ao Infectologista e levar os exames que farei em abril.

Páscoa. Vai que alguma coisa acontece, não? rs

No mais, por enquanto, como se eu não tivesse algo.

Monótona Mente

Os dias têm passado arrastadamente. E quando dou por mim, um punhado deles já escoou na ampulheta. Parecem nem ter existido.

Puxo pela memória, que resolveu mancar como forma de compensação, e relembro de tudo forjado a ferro & fogo em brasa. Risos, momentos alegres, a leveza do amor dos que me amam, a dureza e a rispidez das obrigações existenciais. Houve tanto, e nada vi. Ou nem muito desse tanto eu vivi.

O drama menor talvez seja o legado da (in)consequência maior, por mais inocente que eu seja, por mais que eu tenha recebido um algo que eu não encomendei. O desespero, não.

Sem Motivos

Tenho vivido como se eu fosse morrer. E temo morrer como se não tivesse vivido o bastante, ou a parte que me cabia. Descabidamente, triste fim esse seria.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Todo Dia, Toda Hora

E então alguém está muito interessado em mim.

Como não poderia deixar de ser, nem estou tão interessado assim. O que é uma pena, óbvio, porque eu queria muito estar interessado em alguém, mesmo que fosse nessa pessoa, "só" pra poder retribuir o sentimento.

Mas daí vem o crucial momento: e quando formos transar? Vou conseguir me conter? Seria a primeira pessoa desconhecida pra quem eu iria deliberadamente contar.

"Ele vai fugir, vai ficar com medo, e a notícia vai se espalhar", penso logo em seguida. E isso, vale lembrar, sendo que eu sequer estou tendo algo, nem beijamos na boca ainda. Namorico das antigas. Aquela fase de conhecimento.

Se eu passar o vírus pra alguém (e vier a ter conhecimento disso), sei que nunca vou me perdoar. E que a autoflagelação a qual vou me impor, provavelmente vai me enloquecer.

Em suma, antes do HIV eu estava relativamente bem em minha autosuficiência, sem namorar, apenas transando eventualmente com a mesma meia dúzia de parceiros. Saber que carrego o vírus famoso em meu organismo me faz, talvez inconscientemente, carente. Mais do que o recomendável.

Tenho tentado remediar a coisa toda sendo o mais carinhoso, gentil, generoso e agradável o possível com as pessoas que conheço (ou não). Tentar doar algo de mim (que não a merda do "vírus mau") e fazer o bem vai me aquecendo.

No mais, as coisas todas estão a caminhar. O labor, os amigos, as famílias. Meu compromisso com a vida é fazer as pessoas felizes. Nada ainda me impede. Que bom.