quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Falta de continuidade

Às vezes cansa a falta de continuidade das coisas, ela disse.

E como cansa.

Em quase 60 dias de medicação, só houve uma noite em que não tomei os remédios: saí e, imprevisto, não pude dormir em casa. Minha consciência ficou do tamanho de um elefante gordo.

Além, só o pensamento de "que saco!" quando estou me dando bem com alguém.

O resto, nem tem.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O que será?

Ainda aliviado por não ter sofrido efeitos colaterais imediatos. Nada de sonhos, alucinações, vertigens, náuseas, urticárias, ínguas, nada.

Dizem que estou mais magro, mas voto que é consequência da minha completa falta de rotina alimentar saudável dos últimos meses. Aliás, desde que descoberta a minha sorologia, não tenho conseguido manter uma dieta constante. Muito por estar ainda (sim, ainda) me adaptando à ideia. Preciso, não só nesse sentido, viver uma vida normal, sim, mas não mais como antes, completa despreocupação.

Há que se vigiar e registrar taxas sanguíneas, calóricas, e sei lá mais quantos dados que vão formar meu histórico de convivência com o vírus. Espero que meu organismo continue (re)agindo como parece estar: como se nada estivesse acontecendo. Digo, fora o fato de que toda noite sem falta e pontualmente engulo comprimidos, nada é diferente de quando eu não tinha o vírus.

Quando transo com um "ficante", eu temo pelo cara. Por mais que eu use preservativos, eu me sinto responsável e, numa crise de paranóia, já fico imaginando se o cara tem ou terá ou teria estrutura (amplos sentidos) para segurar a barra, como ele reagiria e tudo mais se ele se descobrisse soropositivo.

Eu às vezes ainda fico meio deprimido quando me lembro que mesmo usando preservativos, me contaminei de alguma forma. E não suportaria bem saber que eu teria contaminado alguém, mesmo que eu não "tivesse culpa" por isso.

Quero todos bem.