Cuba, há uns dias, anunciou estar mais próxima de criar uma vacina.
Não me empolgo muito. Meu médico, inclusive, diz para não criar expectativas. Que um dia a cura será inventada. Que até lá, eu viva intensamente a tranquilidade que o coquetel me assegura.
Concordo.
A medicação tinha me deixado bastante instável esses dias. Mas agora já estou bem de novo. Pra falar a verdade, eu nunca sei... as turbulências todas, desde o início da medicação, são uma incógnita sempre. Não dá pra distinguir o que é efeito do remédio do que é coisa da minha cabeça.
Depressão, quando acontece, pode ser o remédio, podem ser os problemas da vida, pode ser a combinação de tudo... pode ser até o não-suportar da realidade + o coquetel.
Ultimamente, ser soropositivo tem me feito pensar apenas em duas coisas: hedonismo e caridade. Queria abandonar meu emprego e viver de viajar, fazer as coisas que eu gosto, aprender outras tantas que eu nunca pude ou não tive tempo. Coisas que protelei por motivos sociais. Queria viver de ajudar, ensinar, e apaziguar.
De repente, tudo tem ficado sem muito sentido. Trabalhar perdeu a graça, a motivação. Que diferença eu, cidadão sexualmente inconstante, portador do vírus mais temido pela humanidade, habitante de um país em eterno desenvolvimento, faço nesse mundo extremamente preconceituoso e senil?
Não me bastaria ser um sinal de negativo, teria (TEM) que haver um sentido. Sinto falta dele. E nunca existiu um. Nem antes.
Porém... os dias têm me passado sem depressão. Minha ou do coquetel. :)
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