Informações excessivas a estranhos novamente. Pois fui a um centro médico para tomar algumas das vacinas que o infectologista recomendou. O senhorzinho atendente ficou sabendo da minha sorologia, até porque tive que levar um exame meu que comprovasse tal. Conversamos então por uma meia hora sobre tudo: contágio, atitudes, pessoas que por ali passam e seus problemas. Tudo na base da "estimativa" ("por aqui passam 'x' pessoas por dia, 'y' tem HIV e mesmo assim continuam transando sem preservativo").
Tenho que admitir que ir a um centro de saúde público foi complicado. Cheio de pessoas, aquele tratamento cinco estrelas típico de um pronto-socorro gratuito. E o constante pensamento de que meu futuro será passar muito tempo frequentando esse tipo de ambiente, pegando filas, senhas, tendo que esperar muito tempo pra ser atendido, adaptando meus horários de trabalho aos horários que eles atendem.
Ultimamente tenho conseguido acordar e quase não pensar no fator HIV em minha vida. Mas todas as vezes que olho pra alguém e me interesso, basta a pessoa sorrir que eu logo penso "não posso destruir esse sorriso colocando um problemão na vida desse cara". Sinto-me responsável pela minha saúde e pela das pessoas que eu poderia colocar em risco. Não que se alguém contrair o vírus transando comigo esse alguém vá morrer imediatamente, mas só de imaginar eu sendo o "culpado" de fazer alguém passar pelo estresse do exame positivo, uma vida inteira se tratando, possíveis efeitos colaterais... é muita coisa.
Estar semi psicologicamente amparado por um psicólogo, de modo hiper informal, tem ajudado. e amigos, amigos, amigos.
Já quase de volta a parte que me cabe. Que é amparar os outros todos.
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