terça-feira, 3 de agosto de 2010

(H)À sinceridade

Ao longo desses meses, conheci algumas pessoas. Digo, "caras". E sempre quando algum deles se anima ou tenta me iludir com algo que demonstre afeição, uma aproximação afetiva-emocional maior, eu travo. Instantaneamente me vem a lembrança de que estou com HIV. Paro e penso "porra, esse cara fantástico me aparece só agora???" rsrsrs

Não precisava mas vou mencionar que, logo em seguida, eu penso em mil táticas pra sumir do mapa. Se a coisa evolui, qualquer hora rola sexo e, mesmo que a gente vá com certeza usar preservativo, se eu passo o vírus pra alguém, o que restou do meu mundo em reconstrução vira pó. ¬¬ affs

Fora a coisa toda do segredo. Caraleo, como isso me consome. Se eu me envolver com algum desses caras, e ele me perguntar se está tudo bem eu vou dizer que sim. Mas no fundo estarei gritando em silêncio que não está tudo tão bem assim, que estou com o vírus mais temido do mundo passeando e se multiplicando pelas minhas veias e fibras. Não conseguiria mentir, acho.

Passei a vida inteira tentando ser o mais sincero, aberto, franco e honesto o possível :) . E não é que agora, para me preservar, o jeito vai ser não me envolver. Não vou conseguir lidar comigo mesmo. Namorar um cara e só no meio da coisa toda, passados dias já, contar a ele (e ele literalmente me matar) é muito pra minha vontade quase nata de ser sincero. ;)

Enquanto escrevo aqui, recebo um sms com frases espertas. Ele quer se aproximar. Meus ossos doem. Você entende?

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