Vida corrida demais. E segundos exames. Peguei os resultados mas ainda não os levei ao infectologista. Alguns dados diferem levemente dos primeiros exames. Mas não imagino, devido aos números, terminologias e minha preguiça, se essa diferença é normal, boa ou ruim.
Passei uns dias meio pra baixo, imaginando que "vou morrer mesmo, então foda-se" e me encostando nessa desculpa pra simplesmente não me importar com uma série de fatos cotidianos que merecem sim a minha atenção.
Ok, todos vamos morrer um dia, com certeza, e ninguém deixa de cumprir com suas obrigações por conta disso (alguns deixam por motivos mais imbecis ainda ¬¬). Então voltei ao meu quase estado real/inconstante de sempre.
Mais recentemente, conheci um carinha que me parece ser hiper gente boa. PORÉM (comigo sempre parece ter um porém) quando estou com ele, só conversando mesmo porque ainda nem cogitamos trepar, não consigo parar de pensar que tenho HIV, que vou morrer primeiro que ele, que pode ser que eu o contamine e ele, com razão, passe a me odiar, a querer me matar! AFF!
E enquanto isso, enquanto eu fito o horizonte e tenho essa bad trip viral, ele está lá numa boa, falando sobre como foi o dia dele, numa tranquilidade que eu invejo por não ter mais. Ou nunca ter tido. Nem acho que terei.
Claro que meu dispositivo de defesa, que funciona para mim e por ele, já está ativado: inconscientemente comecei a procurar defeitos na coisa toda. Ele joga papel de bala, chiclete mascado, e outros lixinhos na rua. Ele tem preconceitos demais. Ele... ele... sei lá. Não quero encontrar alguém que um dia talvez me peça um exame ou veja meus remédios (que terei de tomar) e me pergunte do que se trata. Não quero dizer "tenho HIV" e ver a pessoa sair correndo depois de cuspir na minha cara e dizer "se eu tiver pego de você, você é um homem morto!"
Os remédios. Li de gente que tomou imediatamente após saber da condição H+. Li de gente que está há dois, três anos sem nunca ter precisado. Temo pelos efeitos colaterais, temo querer dar uma de Renato Manfredinni Júnior e simplesmente não tomar os medicamentos por escolha. Seria suícidio?
Requer pesquisa.
Obs: Tenho estado ausente de situações onde eu obrigatoriamente devia estar atuante. Tentando muito voltar a velha forma e retomar qualquer coisa. Juro que sim.
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